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Você está se sentindo deprimido?

“Estou tão cansada de pessoas, sozinha me aborreço. Eu mesma não sei o que quero” (Clarice Lispector).

Você não consegue mais ver o lado bom e tem se sentido deprimido?

“Estou tão cansada de pessoas, sozinha me aborreço. Eu mesma não sei o que quero” (Clarice Lispector).

Globalmente, estima-se que a depressão afete 300 milhões de indivíduos e seja a principal causa de incapacidade em todo o mundo (World Health Organization & Others, 2017), sendo as taxas de prevalência ao longo da vida estimadas entre 6% e 20%. 

As pessoas geralmente descrevem a depressão como uma névoa, e ela se aproxima lentamente de você em diferentes direções e muda a maneira como você se sente e pensa sobre as coisas. A depressão geralmente tem um início insidioso – desenvolvemos um sintoma aqui, outro ali. Podemos não ter tanta energia quanto antes e, algumas semanas depois, percebemos que estamos mais irritados do que o normal. E nem sempre é óbvio que essas duas coisas façam parte da mesma depressão subjacente.

O tempo de duração de uma depressão não são poucos dias, sendo necessário ser considerado um período de pelo menos 2 semanas. Apesar de tanto se ouvir falar sobre depressão, muitas vezes a pessoa que começa com os sintomas depressivos apresenta certa dificuldade de percebê-los. Mas, vejamos os sinais mais comuns da depressão. Lembre-se, a depressão se manifesta de forma diferente para cada pessoa, então é possível que você experimente apenas alguns destes sinais:

  • Diminuição de prazer ou interesse por coisas que antes te deixam animado
  • Sensação de vazio ou de tristeza que cada vez mais se torna persistente
  • Falta de energia ou sensação de cansaço
  • Aumento de sensibilidade e assim chorando mais facilmente
  • Mau-humor ou aumento de irritabilidade
  • Não querer falar ou estar com as pessoas e muitas vezes preferir ficar mais sozinho
  • Achar mais difícil lidar com as coisas do dia a dia
  • Alteração do sono, podendo ser insônia ou sonolência excessiva
  • Alteração do apetite, podendo ser aumento ou diminuição de apetite
  • Buscar álcool, drogas ou comida para ajudá-lo a lidar com seus sentimentos
  • Pensamentos mais negativos sobre si, sobre as pessoas e sobre o mundo de forma geral
  • Sentimentos mais negativos, como, por exemplo, o sentimento de culpa e de inferioridade 
  • Certa desesperança que pode se tornar tão intensa que pensamentos de suicídio podem aparecer

Uma coisa que torna a depressão tão difícil de detectar, especialmente em si mesmo, é que muitas vezes ela vem com um diálogo interno negativo dizendo que ‘você é inútil’ ou ‘você é um perdedor’. Essa visão negativa de si mesmo torna-se tão difundida que você realmente acredita que estragou as coisas ou que é sua culpa não se sentir bem consigo mesmo.

Mas por que é importante reconhecer a depressão?

A depressão pode afetar todas as áreas da sua vida, fazendo você se sentir como se tudo estivesse desmoronando: você não está dormindo bem, é mal-humorado com todos, não se incomoda em fazer nada, nada parece mais divertido, etc. Se você puder colocar todas essas lutas diárias sob um único rótulo, isso as tornará muito mais gerenciáveis. Em vez de cinco ou seis dificuldades, você tem uma. A depressão nem sempre é fácil de enfrentar, mas é muito mais fácil do que tentar lutar com seis ou sete problemas sem saber o que está acontecendo! Outra coisa é que, após nomear a depressão, você pode descobrir a melhor forma de tratá-la. Por isso, sem dúvida alguma, ter uma avaliação de um médico psiquiatra é importante.

É importante entender que a depressão pode afetar qualquer pessoa — até mesmo uma pessoa que parece viver em circunstâncias relativamente ideais. Vários fatores podem desempenhar um papel na depressão:

  • Bioquímica: diferenças em certas substâncias químicas no cérebro podem contribuir para sintomas de depressão.
  • Genética: a depressão pode ocorrer em famílias, ou seja, pode existir uma predisposição genética. Por exemplo, se um gêmeo idêntico tem depressão, o outro tem 70% de chance de ter a doença em algum momento da vida.
  • Personalidade: pessoas com baixa autoestima, que são facilmente subjugadas pelo estresse ou que geralmente são pessimistas parecem ter maior probabilidade de sofrer de depressão.
  • Fatores ambientais: por exemplo, a exposição contínua à violência, negligência, abuso ou estresse pode tornar algumas pessoas mais vulneráveis à depressão.

Obrigatoriamente terei que tomar antidepressivo para melhorar?

Antes de um diagnóstico ou tratamento, um profissional de saúde deve realizar uma avaliação diagnóstica completa. Em alguns casos, um exame de sangue pode ser feito para garantir que a depressão não se deva a uma condição médica, como um problema de tireoide ou deficiência de vitaminas (reverter a causa médica aliviaria os sintomas semelhantes aos da depressão). A avaliação identificará sintomas específicos e explorará históricos médicos e familiares, bem como fatores culturais e ambientais visando chegar a um diagnóstico e planejar um curso de ação.

Sabe-se que tanto a psicoterapia quanto a farmacoterapia podem tratar a depressão de forma eficaz. 

A psicoterapia às vezes é usada sozinha para o tratamento da depressão leve; para depressão moderada à grave, a psicoterapia costuma ser usada junto com medicamentos antidepressivos. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é a abordagem de terapia mais pesquisada para o tratamento da depressão e tem se mostrado muito eficaz, segundo estudos feitos no mundo todo. De forma resumida, a TCC vai ajudar a pessoa a reconhecer pensamentos distorcidos e negativos, assim como crenças disfuncionais associadas ao passado, visando responder aos desafios da vida de maneira mais adequada e funcional.

E se necessário for, o uso de antidepressivo não deve ser olhado de forma estigmatizante, afinal é um tratamento, como outro, pois também o nosso cérebro é biológico. A bioquímica do cérebro pode contribuir para a depressão de um indivíduo e pode influenciar seu tratamento. Por esse motivo, antidepressivos podem ser prescritos para ajudar reestabelecer a bioquímica cerebral. Esses medicamentos não são sedativos ou tranquilizantes. Eles não são formadores de hábito. São medicações que geralmente atuam no sistema da serotonina, da noradrenalina e da dopamina e tem eficácia comprovada por diversas pesquisas.

Se um paciente sentir pouca ou nenhuma melhora após várias semanas, seu psiquiatra pode alterar a dose do medicamento ou adicionar, ou substituir por outro antidepressivo. Em algumas situações, outros medicamentos psicotrópicos podem ser úteis. É importante informar ao seu médico se um medicamento não funcionar ou se você tiver efeitos colaterais.

Os médicos psiquiatras geralmente recomendam que os pacientes continuem a tomar a medicação por seis meses ou mais após a melhora dos sintomas, sendo necessária uma avaliação individualizada para adequar esse tempo de tratamento. O tratamento de manutenção de longo prazo pode ser sugerido para diminuir o risco de episódios futuros para certas pessoas de alto risco.

Autoajuda e enfrentamento não é importante!! Falso. Há uma série de coisas que as pessoas podem fazer para ajudar a reduzir os sintomas da depressão. Para muitas pessoas, o exercício regular ajuda a criar sentimentos positivos e melhora o humor. Dormir o suficiente e com qualidade regularmente, seguir uma dieta saudável e evitar o álcool (um depressor do sistema nervoso central) também pode ajudar a reduzir os sintomas da depressão.

A depressão é uma doença real e a ajuda está disponível. Com diagnóstico e tratamento adequado, a grande maioria das pessoas com depressão a superará. Se você estiver apresentando sintomas de depressão, o primeiro passo é consultar um bom médico psiquiatra. Fale sobre suas preocupações e solicite uma avaliação completa. Este é um começo para atender às suas necessidades de saúde mental e ter uma vida que, sim, vale a pena ser vivida!!

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